domingo, 1 de novembro de 2009

Servidores dos Correios do Reino Unido entram em greve

Londres - Os trabalhadores do Royal Mail - o serviço público britânico de correio - começaram nesta quinta-feira (22/10) a primeira greve nacional em dois anos, em protesto às condições trabalhistas e aos planos de modernização da empresa.
Com duração inicial de 48 horas, a greve iniciou às 3h no horário local (1h em Brasília), depois do fracasso nas negociações entre o Sindicato dos Trabalhadores da Comunicação (CWU) e a direção do Royal Mail.

Para os líderes sindicais, o Governo, em particular o ministro britânico de Empresa, Peter Mandelson, e a direção do Royal Mail são os responsáveis pelo fracasso nas conversas.

Segundo os dirigentes sindicais Mandelson quer abalar as negociações porque acredita que não é possível contar com um serviço dos correios competitivo mantendo a titularidade pública.

Nesta quinta-feira, o primeiro-ministro do Reino Unido, Gordon Brown, pediu às duas partes envolvidas no conflito que se sentem à mesa para negociar porque a greve não é o resultado esperado.

"Se mais clientes não utilizarem o Royal Mail, aumentará o desemprego, portanto isto é contraproducente", insistiu Brown em uma declaração.

"É preciso olhar o futuro do Royal Mail. Acho que conversando e negociando e, se for necessário, com a participação de um juiz, podemos encontrar uma solução para este problema", acrescentou.

Nos últimos meses, os empregados postais de diversas áreas do país, especialmente de Londres, entraram em greve, mas esta é a primeira que afeta todo o Reino Unido.

O CWU acusa o Royal Mail de não esclarecer como o programa de modernização dos correios afetará as condições trabalhistas e, sobretudo, a segurança do trabalho, já que o sindicato teme que milhares de empregos sejam suprimidos.

Um dos aspectos que mais preocupa o CWU é a instalação de uma máquina organizadora de cartas.

O sindicato teme que a instalação deste equipamento em todo o país leve ao corte de milhares de postos de trabalho e que estes sejam substituídos por empregos de meio expediente.

Há alguns meses, Brown voltou atrás na privatização do Royal Mail diante do descontentamento gerado nas bases de seu partido, o Trabalhista.

A direção do Royal Mail classificou a medida como injustificada e insistiu que as interrupções causarão um enorme dano ao serviço.

O líder sindical do CWU em Birmingham, Steve Reid, qualificou hoje de terrível a forma como se tratou ao pessoal.

"Não é um sindicato contrário à modernização. O que queremos é um Royal Mail adequado ao século 21, mas isso precisa ser feito a partir de um acordo e não com ditadura ou imposição", ressaltou Reid em declarações à imprensa britânica.

Diante das frequentes greves no setor postal, nos últimos meses, várias empresas estão buscando outras alternativas.

A Federação de Pequenas Empresas estima que 70% das 4,8 pequenas companhias do Reino Unido dependem do Royal Mail.

O Governo indicou que se as greves se prolongarem existe um plano de contingência para a entrega fora de casa dos resultados de testes médicos e entrevistas de pacientes em hospitais.

Além disso, o Ministério da Defesa pode fretar um avião especial para assegurar que os soldados que estão no estrangeiro.
(Fonte: Agência EFE)

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