domingo, 1 de novembro de 2009

Conlutas participa na Alemanha de conselho dos trabalhadores da indústria automobilística



O encontro reuniu metalúrgicos de várias partes do mundo e discutiu a crise global e seus desdobramentos

A reunião do conselho dos trabalhadores de montadoras ocorreu entre os dias 15 e 18 de outubro na cidade de Hannover, na Alemanha, e contou com delegações de 15 países e 400 pessoas vindas de unidades da General Motors (GM), Volkswagen, Daimer/Chrysler, Ford, Peugeot, Renault e outras montadoras. Trabalhadores da Rússia, Hungria e Filipinas, África do Sul se somaram às delegações da Europa, da América Latina e América do Norte.

O centro do debate foi a crise que afeta o setor automobilístico no mundo e foi constatado por todos que são os trabalhadores os mais prejudicados. Já aconteceram milhões de demissões, principalmente nos EUA; medidas de flexibilização, como a redução de jornada e de salários, estão sendo aplicadas em toda a Europa, assim como em países de outros continentes. Bilhões de dólares foram injetados nas montadoras em vários países, enquanto a população paga a conta, com seus salários rebaixados.

“Além disso, todos apontam o montante de recursos públicos que estão sendo usados para resolver a crise das empresas e dos bancos quando deveriam ser utilizados na saúde, na educação, nas aposentadorias e nos auxílios aos desempregados”, comenta o dirigente da Conlutas que esteve na reunião, Luiz Carlos Prates, o Mancha.

A necessidade de organizar a resistência dos trabalhadores, na medida em que a maioria das direções tem se negado a lutar, foi outro tema que mereceu atenção. Para os presentes ao encontro, essas direções têm dado o exemplo contrário ao ajudar empresas a atacar os trabalhadores.

Ao final foi aprovada uma plataforma comum de luta de todo o setor automotivo, que será divulgada em breve, bem como uma carta de compromisso de mobilização nas grandes companhias do setor como GM, Volks e demais. Também foram aprovadas moções de apoio às diversas lutas que estão ocorrendo, como a greve dos mineiros da Vale no Canadá, que estão parados há três meses e outras. Foi aprovada uma moção exigindo a reintegração do dirigente sindical Eduardo de Oliveira, da GM de São José dos Campos (Brasil), e contra as punições aos dirigentes sindicais.

Na Alemanha, um carregamento de cobre da Vale foi impedido de ser descarregado no porto de Brunsbuttel por conta de uma manifestação de várias categorias.

O encontro se posicionou ainda contra o golpe em Honduras exigindo a volta do presidente deposto Manuel Zelaya e o restabelecimento das liberdades democráticas no país.

Essa reunião internacional foi organizada majoritariamente por ativistas e delegados de base da Europa, particularmente da Alemanha. Além da participação do membro da Secretaria Nacional Executiva, Luiz Carlos Prates Mancha, a Conlutas foi representada pelos diretores do Sindicato dos Metalúrgicos de São Jose dos Campos, Lauro Claudino e Vinicius Ferreira, ambos funcionários da GM. Estavam presente ainda a Confederação Geral do Trabalho da Espanha (CGT) e outras entidades. Na abertura do encontro, além da recepção as delegações internacionais, houve um ato com a presença da prefeita de Hannover (região industrial) e representantes dos partidos Social Democrata (SPD), A Esquerda (Die Linke) e Partido Marxista Leninista da Alemanha (MLPD).

No dia seguinte à realização da reunião, a Conlutas participou de uma manifestação internacionalista no centro de Hannover, chamada Montags Demo (manifestação de segunda-feira), que há cinco anos reúne desempregados para protestar toda a segunda-feira em mais de cem cidades do país. Essa manifestação ocorre desde que o governo alemão acabou com o seguro-desemprego de acordo com o último salário recebido pelo trabalhador e instituiu um beneficio de apenas 300 euros.

(Fonte: Coordenação Nacional de Lutas - CONLUTAS)

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